ALUNOS



ORAÇÃO DO ALUNO ESPECIAL
                                                         
Senhor! Tua criação é perfeita.
Todos os dias, podemos contemplar o milagre da vida se renovando. Tudo acontece de novo e tudo é absolutamente novo. Cada ser que habita o universo surge com suas características próprias. Não há, no mundo, duas criaturas idênticas. Nem os gêmeos são idênticos. E, quanto mais se desenvolvem e convivem com outras pessoas, mais vão ganhando um jeito próprio de ser e de existir.

Tua criação é perfeita.

E, nessa perfeição, convivemos com aqueles que têm diferenças. São pessoas que ouvem menos ou nada ouvem, que enxergam pouco ou nem enxergam, que não falam. Falam de tantas outras maneiras. Que nascem ou desenvolvem algum tipo de limitação que atinge alguns de seus órgãos. Isso não os faz menores nem menos belos. São diferentes. Diferentes são todos aqueles que se aventuram nessa jornada da existência humana.

Alguns escolheram chamá-los pessoas com necessidades especiais. E eles têm sim, necessidades especiais. Temos, todos, necessidades especiais que precisam ser supridas de alguma maneira. Somos carentes, todos nós. Carecemos de atenção, de ternura, de afeto. Carecemos de outros seres humanos que enxerguem em nós possibilidades. Pessoas que, nos vendo confundidos com patinho feio, convidem-nos a mirar nossa imagem no lago e perceber que somos cisnes. Não somos feios. Nem esquisitos. Somos diferentes do grupo que não soube perceber nossa beleza. Somos belos todos, cada um a seu modo. Porém, belos.

Não carecem de pena aqueles que são limitados por algum motivo. Não carecem de sentimentos mesquinhos. Carecem de dignidade. De aceitação. De respeito. De espaço para que se sintam úteis. De espaço para que possam estudar, e trabalhar, e viver a intensidade da vida. Crianças com Síndrome de Down. Como são carinhosas. Autênticas. Quem as conhece e as ama sabe o quanto povoam as famílias com belíssimas lições de amor. E abraçam tanto. E cantam. E dançam e riem. Parecem não se deixar contaminar com disputas mesquinhas, que separam as pessoas e ferem os sentimentos. Quantas dessas crianças, entretanto, são rejeitadas. Não quiseram os pais entender que também eram especiais por poder conviver com essas jóias. E o triste abandono.

Os alunos que freqüentam as escolas. As crianças que se alvoroçam diante de cada novo aprendizado não são preconceituosas. Com certeza, saberão conviver com o diferente, e isso fará com que se desenvolvam de forma solitária”.
CHALITA, Gabriel. Educar em oração. São Paulo: Canção Nova, 2005
ORAÇÃO DO ESTUDANTE


            Aprender é um dom precioso. Desde o primeiro dia aqui, estou aprendendo. Os professores ensinam as lições. Lições são aprendidas nos livros lidos e relidos. Lições são ensinadas nos trabalhos, projetos. Lições são partilhadas na delicada arte de conviver.
            Cada estudante traz em si um grande tesouro. Ninguém é tábua rasa. Ninguém é vazio. Somos todos gigantes em potencial. Aqui chegamos e começamos. Começamos a manifestar o quanto remos para oferecer. O quanto temos para receber.
            Somos rebeldes, Senhor! Alguns manifestam uma agressividade desmedida. Não são maus. São carentes. Desejosos de atenção. Contestam sem o menor motivo, apenas para afirmar sua presença. Sofrem da falta de atenção. Sofrem da falta de família. Sofrem da falta de sonho.
            Somos rebeldes. Outros têm a boa inconformidade com as injustiças e ousam mudar o mundo. Mesmo que seja o mundo da escola ou da sala de aula. Revolucionários de uma boa causa. Oferecem o vigor da juventude para lutar por um novo amanhã.
            Somos diferentes, Senhor! Carregamos em nossa memória a bagagem depositada desde os primeiros instantes da convivência. Mãe, pai, irmão, irmã, avô, avó, tio, tia, primo, prima, amigos. Há um pouco de cada um de nós. Somos produtos do meio.
            E o meio que nos molda não retira nossa identidade. Eis o desafio do estudante sonhador: empreender uma batalha diária entre o mundo exterior e o mundo interior. Aproveitar o que há de bom fora de nós e transformar o que deve ser transformado, buscando a força que nos habita.
            Somos estudantes. Corajosos, cheios de charme e de vida. Somos jovens. E não nos preocupamos muito com o que há de vir depois. Não pensamos ainda no envelhecimento, na morte. Parece tudo tão distante. A estrada está apenas começando, e o horizonte parece não ter fim.
            E é essa valentia que às vezes nos faz inconseqüentes. É essa valentia que nos lança a uma busca incessante de liberdade. E quantas vezes essa busca desemboca em becos sombrios. E a liberdade se faz armadilha e, na viagem sem volta, nossa inocência se dissipa. Drogas que nos oferecem. Droga de vida transformada pela falta de coragem de dizer não.
            Buscamos o prazer. Buscamos a aceitação. Temos essa necessidade: sermos aceitos, acolhidos. Queremos nossa tribo, nosso grupo. Queremos ser ouvidos. Muitas vezes, não temos a menor noção do que estamos falando. Empunhamos bandeiras. Ora corretas, ora erradas. Temos o direito de errar. Aprendemos com esse direito. Não temos o direito de acabar com a possibilidade de ter direito.
            Nossa vocação é a liberdade. As carrancas da escravidão não podem impedir o vôo do pássaro. Nascemos para voar. O infinito é nossa vocação. Quanto mais caminhamos, mais sedentos de caminhar ficamos. Eis nosso ofício. Transformar o que deve ser transformado e nunca deixar de cantar, e de fazer poesia, e de amar.
            Tu és, Senhor, nosso modelo de juventude. Tua vida foi a síntese da revolução do amor. E é o amor que nos move. Fazemos tudo pelo amor e em busca do amor. Amor que, quando nos invade, impede que sigamos para a morte. Queremos nos deixar invadir por esse amor.
            Queremos o Teu amor. Amor-paz. Amor-caridade. Amor-vida. Eis o segredo de nossa eterna juventude. Eis o que pede nossa alma de estudante. O aprendizado que vem dos livros e dos tratados um dia será esquecido. O aprendizado que vem do olhar, do sorrir, do amar, do viver, fica para sempre. E fará que permaneçamos jovens.
            Obrigado, Senhor, porque me deste tempo e disposição para, em meio ao vulcão que assola meus pensamentos, fazer esta oração.
            Amém!
                                        Gabriel Chalita





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